terça-feira, 6 de julho de 2010

Eraserhead

Há, apenas, duas coisas que não entendo em Eraserhead - a perturbação em lhe chamarem um filme de terror e a sub-consequente hesitação em denominarem-no uma obra grandiosa. Sim, porque isto, isto é puro Lynch, puro festim para o inconsciente, puro horror para os nossos olhos cheios de preconceito e repulsivos de todo e qualquer incómodo para as nossas vidas. Em parte, equiparo muito este filme a um dos livros do maior escritor do século passado (Kafka, saiba-se), A Metamorfose. Aquele bebé era, mesmo naquele mundo fantasioso OU pós-apocalíptico OU sonhado, um incómodo, uma pedra no sapato. E todos lhe eram indiferente porque o ser humano é assim, idiota, medroso pelo desconhecido e o que lhe causa estranheza. Este não é só o seu melhor filme como é um dos grandes a serem vistos por todos. E pensados, claro. Não é qualquer um que vê o Eraser sem se armar em pseudo-intelectual e admirar toda aquela belichíssima fotografia, oh-xi, belichíssima luch! (perdoem-me este desabafo bloguês). De qualquer das formas, não há muito mais a dizer. Vejam.

1 comentário:

DiogoF. disse...

Nunca vi, mas está na lista, especialmente depois desta tua crítica.

Parabéns pelo blog, gostei.

Diogo Figueira, "A Gente Não Vê".