domingo, 25 de julho de 2010

O que se tem visto...

Não tenho vindo à tasca (a minha vida nunca foi isto, só me lembro do blog de vez em quando), mas venho dar o meu parecer sobre dois filmes que estão actualmente nas salas de cinema.
  1. O fantasma de Polanski. É mau, claro está. Nunca se viu objecto de "auteur" tão banal, com um argumento à lá Colgate White (parece que é branco mas não é) que faça desiludir tanto um fã do realizador como eu. Ok, minto, não sou assim tão fã. Mas o homem sabe o que é cinema, não sei por que é se sai com "coisas" destas.
  2. O sonho de Nolan. Também é mau. Não sei por que raio insistem em dar uma conotação de algum ramo da Psicologia a este blockbuster. Se o realizador soubesse um pingo de psicanálise ou da actividade neuronal enquanto se sonha, saberia perfeitamente que a percepção não é assim tão definível e perfeita e lógica como ele quer que seja. Ainda me rio da sua tentativa de se aproximar de Matrix (um filme que gosto) e uma série de outros que perderia eternidades a enumerar. Mas as pessoas são cegas. Se dizem que é obra-prima, acreditemos nelas!
Mas, para bem do meu espírito, também vi coisas boas. Aconselho-vos "Hangmen Also Die!" de Fritz Lang (o único que me faltava) e o documentário "City Life", que reúne os génios Tarr, Kieslowski, e outros numa homenagem caleidoscópia da humanidade.

5 comentários:

Álvaro Martins disse...

Pois, quanto ao do Nolan ainda não vi nem tenho ideia de o ver tão cedo e até acredito em ti eheh, mas quanto ao do Polanski não podia estar mais em desacordo.

Carlos Natálio disse...

Finalmente alguém que concorda comigo sobre o Polansky. O do Nolan quero ver mas desconfio muito...

DiogoF. disse...

(peço desculpa pela falta de acentos mas estou com um problema no teclado)

Quanto ao Inception, concordo e nao concordo (ja deixei a critica no meu blog).

Concordo: nao e um tratamento "fiavel", realista, cru, "aflitivo". No entanto, nao me parece que seja essa a intençao - e onde entra a parte em que nao concordo.

Nao concordo: Como disse, nao me parece que seja a intençao. E onde entra a parte de "entretenimento", que, se mistura na obra e nao admite mais profundidade. Acho que a intençao foi o balanço entre o vender ao grande publico e o tratamento minimamente sobrio de um tema digno - algo que so poderia ser feito mais ou menos desta maneira. E nao gosto apenas de filmes intelectuais, gosto tambem deste tipo de filmes. Acho que cumpriu muito bem a sua funçao.

;)

Barroso disse...

Eu Sou O Amor de Luca Guadagnino, um filme belissimo que aconselho.

Anónimo disse...

Cá no Brasil Inácio Araújo, crítico de cinema, disse exatamente o que penso sobre Inception: é filme para "impressionar os impressionáveis".
É negativamente pretensioso. Não bastava ao Nolan fazer um bom filme de ação, este tinha de ser intelectual(óide) também. E é nesse intelectual que o filme se perde, porque tem de explicar as coisas, e quando explica, explica muito, explica pouco, explica nada.
Lamentável.