A Streetcar Named Desire é dos meus filmes preferidos de sempre. Vi-o pela primeira vez tinha eu os meus dez anos e aí já tinha conseguido ver nele a perfeição que lhe estava intrínseca. Foi um filme que voltei a rever na adolescência numa fase que me descobria e, portanto, melhor objecto de arte não poderia certamente ter. Elia Kazan recheia-o com uma história verdadeiramente apaixonante, uma selvagem tensão sexual vivida entre Vivien Leigh (a inocentezinha do E Tudo o Vento Levou) e o Marlon Brando. Este, por sua vez, vive a sua personagem em potência máxima. Brando está, eu nem sei bem descrever, deslumbrante, lindíssimo. A força do carácter, a violência que seria revisitada em Rebel Without a Cause, é singular. Nunca a peça de teatro original foi tão bem interpretada como com este par de actores. É um filme que revejo com delícia própria de um cinéfilo que sou.
O REGRESSO DE BUDD BOETTICHER, por Bill Krohn
Há 3 semanas
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