terça-feira, 18 de maio de 2010

El Ángel Exterminador

Li algures que Buñuel condena a burguesia ao inferno com este seu filme e eu não podia estar mais de acordo. A seu jeito, constrói-se aqui como que uma alegoria catastrófica sobre a degradação dos valores burgueses, com um humor evidente, quase misterioso. O surrealista insiste em mostrar-se vincadamente, pela montagem estranha, com a repetição se sequências noutros moldes que poderia fazer pensar que teria ocorrido erro de edição. E é tudo demasiado subtil, tudo demasiado actual, na minha perspectiva. Buñuel só fazia cinema porque sabia que sabia fazer cinema.

1 comentário:

Barroso disse...

Por falar em actualidade na obra de Buñuel, revi Los olvidados e penso que dificilmente se encontrará na história do cinema alguem que tenha filmado um sonho da forma tão "real" e crua como ele o fez, é uma cena fantástica e comovente, aquela em que o miudo sonha com a rejeição da mãe. Também em outros filmes ele explora essa crueza do sonho transportando-a algumas vezes para a própria realidade. Buñuel é muito bom.