terça-feira, 18 de maio de 2010

No cinema (iii)

Quando fui, pela primeira vez, ver Gerry, de Gus Van Sant, de que já falei aqui neste blog, tinha chegado de um dia muito cansativo de trabalho, daqueles que só quero que todos se vão foder e me deixem em paz. Cometi, pois, o suicídio de ir, como vou sempre, religiosamente ao cinema às segundas e quintas-feiras. Como dizia, fui ver Gerry em Fevereiro de 2003 numa sala praticamente vazia, só uma ou outra pessoa estavam na sala, daquele tempo Lusomundo, para ver o filme. Ora a entrada da Spiegel fascinou-me logo de início. Ver aquela estrada de pano de fundo, longínqua, fez-me esquecer o trânsito daquele dito, enfim, pôs-me em estado de transe completo. O pior foi mesmo quando esse transe se volveu noutra coisa, algo que abomino e repudio que aconteça numa sala de cinema. Aquela estrada tão longínqua continuou no meu pensamento, como para o infinito. Só quando as luzes ligaram da sala me apercebo de que tinha então adormecido e que o filme tinha já terminado. A partir desse dia, também eu não censurei mais aqueles que se punham a dormir num cinema...

2 comentários:

Marcelo Pereira disse...

Não te julgo, de todo! Eu já adormeci em grande parte dos meus filmes predilectos... Um filme que adormeço SEMPRE e nunca tenho vontade de o ver depois é o Dancer in the Dark de Trier. Tenho de tirar um tempo para o ver finalmente!

Abraço

Frederico Fellini disse...

Tens melhores coisas do Lars, Marcelo, basta procurares bem. Vê Os Idiotas. Mas compreendo-te.