segunda-feira, 17 de maio de 2010

Masculin, Féminin

Se há nome que surge quando falavamos da nouvelle vague em França, esse nome, antes de Truffaut, antes de Chabrol, antes de Resnais, etc., etc., vem o nome, poderoso e marcante, de JEAN-LUC GODARD. Este, este sim, com a sua obra, onde inventa e se reinventa, transforma toda a atmosfera aparentemente fictícia, onde explora os ciclos intelectuais e existenciais presentes nas suas personagens (todas elas marcantes), numa atmosfera que todos nós podemos enfim viver, com prazer gigante, como se vivêssemos naquela França da mudança. Neste Masculin, Féminin, Godard não deixa de ter em atenção a libertinagem vivida pelos seres masculinos e femininos a onda de paixão e de sexo que mergulha nos seus espíritos, transfigurando esta mentalidade nova para uma quebra política de igual importância, ou filosófica. Ver Masculin, Féminin é, pessoalmente, ver o meu ciclo de amigos e de pertença, ver as discussões sobre tudo o que nos interessa, especialmente num mundo obviamente capitalista. Basta pensarmos, por exemplo, que este filme podia chamar-se, simplesmente, "Coca-Cola". A beleza dos actores é dupla: por um lado, atrai-nos o físico, deliciosamente "francês", por outro, o intelecto, deliciosamente "godardiano".

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