segunda-feira, 17 de maio de 2010

Höstsonaten

Estava um dia no café com um amigo quando ouço, ao lado, uma conversa entre duas mulheres jovens, bonitas mas não o suficiente para me atraírem (o que é por si já difícil). Conversavam sobre qual seria o melhor de Bergman; uma defendia ser Smultronstället, a outra Höstsonaten. Por mais que goste dos Morangos, Bergman, que acho que é o melhor dos melhores, saiu-se melhor com este. Eu não interpelei na conversa, fiquei contente por se falar do Mestre (porque só se fala de vómitos hoje em dia). Enfim! A sua filosofia, a sua forma tão sábia e tão honesta de filmar e mostrar as imagens e os sons, o sentimento e o sonho, tornam-no, simplesmente, o maior de todos. Neste Höstsonaten, dois Bergmans casam-se no mais belo Outono: enquanto Ingrid nos oferece o mais sincero papel da sua carreira, Ingmar aproveita para construir mais uma tour de force, entrando como é já habitual nos confins da psicologia humana e da sua essência. É um filme delicado, poderoso até à última instância, dos melhores que alguma vez já se fizeram.

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