segunda-feira, 17 de maio de 2010

My Own Private Idaho

Como forma de se comemorar o recém-criado dia contra a homofobia, deixo a sugestão de verem My Own Private Idaho, um dos maiores filmes de Gus Van Sant da sua época independente, a primeira fase. Como é sabido, o realizador norte-americano navega tanto nos filmes "indie", contribuindo assim para a famosa libertação cultural dos gays e das lésbicas nos EUA com filmes como Mala Noche, como os filmes comerciais / merdas, como é o caso de "O Bom Rebelde" (pensando bem, não sei se em 1997 Titanic fez bem em roubar o Oscar), ou do recente "Milk". De qualquer das formas, vemos aqui uma liberdade expressa num argumento subtil e altamente simbólico, usando a estrada como caminho para a descoberta da identidade sexual e a descoberta do amor, que infelizmente é não retribuído por força das convenções. É interessante ver uma América assinalada perfeitamente pela libertação hormonal ao mesmo tempo que é assombrado pelo espectro da homofobia. Ainda assim, podemos anteceder a visão de uma relação atípica do protagonista, que está sempre a dormir ou a fazer sexo com homens bem atraentes, com um grupo de marginalizados. Aliás, o cinema de Van Sant, principalmente na era da trilogia da morte, está particularmente marcada por isso mesmo, pelo culto dos desfavorecidos e dos homo. É interessante, aconselho.

7 comentários:

Anónimo disse...

Sou o anonimo dos segundos atrás... ja agr sou o johnny

Um bom filme sobre a liberdade sexual versus o conservadorismo catolico é PRAYERS FOR BOBBY

Adorei o filme... muito bom mesmo
Historia veridica
abraço

Frederico Fellini disse...

Olá, Johnny, não tens blog? :) Concordo contigo, Prayers for Bobby é interessantíssimo, não tanto como este é certo, mas não deixa de ser bom. Destaco a interpretação da Sigourney Weaver, que nunca desilude.

Back Room disse...

Foi o primeiro filme, no caso uma cena, que comentei no meu blog. A cena da fogueira.

http://cameloleaoecrianca.blogspot.com/2010/03/gus-van-sant.html

A trilogia da morte e o Paranoid Park têm imenso a ver com a minha forma de olhar o cinema, mas se calhar é mesmo My Own Private Idaho a melhor obra do Van Sant.

Frederico Fellini disse...

Sim back room, é a melhor do Van Sant, apesar de gostar muito do Gerry, como em breve vou falar.

Marcelo Pereira disse...

Vi as grandes obras de Van Sant excepto esta e No Trilho da Droga. São daqueles que também já adquiri, mas ainda não tive a oportunidade - e segundo me é aconselhado, não posso mesmo perder My Own Private Idaho. Já viste o Mala Noche? É muito bom, também.

Abraço

Frederico Fellini disse...

Não deves perder, é uma obra grande e importante a todos os níveis. Já vi tudo de Gus Van Sant, incluindo esse Mala Noche, há anos atrás. Lembro-o com saudade, como a estrada e aquele bonito mexicano, tenho de o rever em breve.

Roberto Simões disse...

Adoro. Dos seus trabalhos mais geniais - a Van Sant me refiro, obviamente. Shakespeare com uma linguagem avant-garde. Adoro, adoro, adoro. 5*

Cumps.
Roberto Simões
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